quinta-feira, 9 de abril de 2009

FALANDO SOBRE A HANSENÍASE

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LEI 206/2006 faz justiça aos Hansenianos

É com muita expectativa que a lei 206/2006 do Senador Tião Viana é esperada por milhares de pessoas atingidas pela hanseníase e que ficaram isoladas através de internação compulsória em hospitais-colônias. A lei faz justiça a todos aqueles que sofreram com esse tratamento discriminatório e desumano.

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Acesse o site do Morhan
(Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase):

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HANSENÍASE




O que é? A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução crônica, tendo como agente etiológico o Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, descoberto pelo médico norueguês Gerhard Hansen, em 1873, atinge a pele e o sistema nervoso, características peculiares a esta moléstia.

Como é transmitida? A transmissibilidade do bacilo é feita através das vias aéreas. Somente com o contato interpessoal íntimo e prolongado com doentes das formas contagiantes (virchowiana ou diforma), há a possibilidade de transmissão, admitindo um período médio de incubação de dois a cinco anos. A infecção dificilmente acontece depois de um simples encontro social.
A aquisição da doença depende da resposta imunológica de cada pessoa, pois 95% dos indivíduos expostos desenvolvem uma infecção subclínica, devido a uma resposta imunológica bem-sucedida. Havendo assim um equilíbrio entre a capacidade invasora do bacilo e as defesas do hospedeiro.

Quando e onde surgiu? Não há data correta para afirmar quando realmente surgiu a doença. Pode-se obter uma idéia de seus primeiros enfermos cerca de 600 a.C., na Índia, através de registros antigos. Depois da aparição dos sintomas de hanseníase, houve casos na China, estendendo-se até o Japão.
Após vários anos, acredita-se que a doença foi “levada” para outras localidades e continentes por soldados contaminados em época de guerras ou através de colonizações, sendo denominada elefantíase pelos gregos, e logo depois por lepra, na Idade Média, em que o paciente era isolado em pequenas cabanas. Na França Medieval os chamados leprosos eram considerados como mortos. Hoje, o Brasil é o segundo país do mundo em termos de maior prevalência da doença.


Hanseníase no Brasil: Os primeiros documentos que atestam a existência da hanseníase no Brasil datam do fim do século XVII. Desde o século XVIII, foram construídos abrigos e hospitais para leprosos nas cidades que concentravam maior número de doentes.
Entre os anos de 1928 e 1936, houve uma propaganda oficial que mostrava colônias “maravilhosas” para persuadir os doentes à internação voluntária. A propaganda não explicava que as colônias ficavam em locais afastados da cidade, tinham muros, cerca de arame, portões trancados e guardas sanitários, os quais eram portadores de hanseníase em estágio pouco avançado, para capturar fugitivos e novos infectados - pretensão hipócrita de eliminar a doença no país.
Durante muitos anos houve isolamento compulsório dos doentes, com afastamento de profissões que lidassem com o público e separação de seus filhos logo após o nascimento. Em 1963, no VII Congresso Internacional de Leprologia realizado no Rio de Janeiro, foram apresentados vários trabalhos atestando os resultados ineficazes da política de isolamento e os bons resultados do tratamento ambulatorial dos pacientes, mas na prática, continuou o isolamento ainda por vários anos, situação essa que havia sido extinta no resto do mundo desde o final dos anos 50, com a clara eficiência do uso de diaminodiphenil sulfona (DDS) para o tratamento da endemia e o resultado insatisfatório do isolamento compulsório que não deteve a expansão do morbo.
O Brasil é o 2º maior em casos de Hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Abaixo temos o nº de casos registrados da doença até o ano 2000:


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ÍNDIA 384.240

BRASIL 77.676

TOTAL NO MUNDO 496.785

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Por que não se extingue a Hanseníase no Brasil? De nada adianta ter recursos terapêuticos há mais de 20 anos dando resultados satisfatórios se não está acessível à população. Há mais de 30 anos o Hospital São Julião, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, vem resolvendo este problema de forma corajosa, ousada e eficiente. Como a União não deu mais assistência desde a abolição do isolamento compulsório, a Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos (AARH) tomou a briga na luta contra este inimigo invisível e, com as próprias mãos, transformou o hospital em referência mundial no tratamento de dermatoses. Triste afirmar que grande parte da ajuda financeira até hoje venha da Itália.
Assim, a dedicação de alguns profissionais, voluntários e de ONGs trouxe resultados satisfatórios, reduzindo, de forma significativa, o número de novos casos. Este fato, infelizmente, fez com que o governo se acomodasse e desse cada vez menos atenção para o investimento na erradicação da doença.
Precisa-se obter a consciência da luta contra esta enfermidade. Poucas pessoas sabem que o último domingo de janeiro há anos é considerado Dia Mundial do Doente de Hanseníase. Assim, não só neste dia, mas durante o ano inteiro, toda a população, juntamente com as autoridades governamentais, deveria refletir e buscar estratégias que colocassem o país, efetivamente, no rumo da eliminação desta doença.



Adaptado de Diego Rocha e Carlos Alfeu no livro
Confissões para o Esquecimento

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Em resumo, a Hanseníase é:


- É uma doença infecciosa semelhante a outras doenças que ocorrem na sua comunidade.
- A hanseníase começa com uma mancha dormente (com perda da sensibilidade) e nesta fase é facilmente curável.
- O Brasil é o segundo maior país em número de casos de Hanseníase depois da Índia.
- A Hanseníase tem cura. O tratamento é feito em Posto de Saúde com a poliquimioterapia.
- Se for diagnosticada na fase inicial da doença, com um correto acompanhamento, não ocorre seqüelas, deformidades e mutilações.